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2012 - Livro Vermelho 2013

Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 31-01-2012

Criterio:

Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie amplamente distribuída. Apesar da incidência de ameaças e declínio da qualidade de habitat da espécie, Neoregelia cruenta foi avaliada como "Menos preocupante" (LC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Neoregelia cruenta (R.Graham) L.B.Sm.;

Família: Bromeliaceae

Sinônimos:

  • > Aregelia cruenta ;
  • > Aregelia longibracteata ;
  • > Aregelia rubrospinosa ;
  • > Billbergia cruenta ;
  • > Bromelia cruenta ;
  • > Karatas cruenta ;
  • > Neoregelia longibracteata ;
  • > Neoregelia rubrospinosa ;
  • > Nidularium cruentum ;
  • > Nidularium longibracteatum ;
  • > Regelia cruenta ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Contr. Gray Herb. 124: 9. (1939), N. cruenta pode apresentar grande variação quanto ao tamanho e cor das folhas. Alguns indivíduos podem ainda apresentar folhas quase desprovidas de espinhos (Wanderley et al. 2007).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo na região Sudeste (Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e na Bahia (Cogliatti-Carvalho et al., 2008; Martinelli et al., 2008; Forzza et al., 2011). Foi encontrada em restingas ao longo destes Estados, principalmente nas restingas de Grumari, Maricá, Massambaba, Jurubatiba, Grussaí (RJ) e Praia das Neves (ES) (Cogliatti-Carvalho 2008). Essa espécie ocorre próxima ao nível do mar, até cerca de 10 m de altitude, desde o solo das restingas até em afloramentos rochosos próximos ao mar (Meirelles et al. 1999).

Ecologia

Espécie herbácea (Araujo et al. 2009), terrestre ou rupícola (Wanderley et al. 2007). Hemicriptófita (Araujo et al. 2009), a espécie foi encontrada com flores entre outubro e novembro, no inicio da estação chuvosa. Foi encontrada com frutos entre os meses de janeiro a março (Mantuano 2008). Ocorre no dominio fitogeográfico da Mata Atlântica ((Martinelli et al. 2008; Martinelli et al. 2009; Forzza et al. 2011), podendo ser encontrada em Restingas, Afloramentos Rochosos e Manguezais (Martinelli et al. 2009). Na Restinga, a espécie pode ser encontrada em Formação arbustiva fechada pós-praia, Formação arbustiva aberta não inundável (fácies baixa) e Formação arbustiva aberta não inundável (fácies alta), na região de Massambaba, RJ (Araujo et al. 2009). Assunção ; Nascimento (2000) indicam a ocorrência desta espécie em Formação Praial com Moitas, Formação de Clusia e Formação Mata de Restinga. A espécie pode apresentar crescimento clonal (Mantuano 2008; Mantuano ; Martinelli 2009) e rebroto após passagem de fogo, conforme Cirne et al. (2003) demonstraram.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A espécie, apesar de abundante e amplamente distribuída na costa sudeste do Brasil (Wanderley et al., 2007; Mantuano; Martinelli, 2007; Mantuano, 2008; Moura et al., 2007), vêm sofrendo com a degradação e perda de seu habitat, além de pressão de extrativistas para comércio de plantas ornamentais (Biodiversitas, 2005). A beleza cênica da região costeira do Brasil e suas praias tem fomentado uma especulação imobiliária devastadora e sem precedentes em áreas onde N. cruenta ocorre. Trechos indicados como de alto risco de ocupação (Muehe, 1994), como o compreendido entre Itaúna e Lagoa Vermelha, no estado do Rio de Janeiro, vêm sendo aos poucos ocupados. Também as áreas ocupadas anteriormente pela tradicional atividade salineira vêm dando espaço a implantação de loteamentos e promovendo adensamentos populacionais nas áreas mais bem conservadas, cujo fluxo populacional é oriundo em grande parte de regiões metropolitanas. Esse novo contingente populacional, sem tradição com a cultura local e desconhecendo os recursos e as formas de uso, exercem pressão deletéria sobre recursos bióticos e abióticos agravando a conservação dessas áreas (Araujo et al., 2009). Os elementos de degradação mais graves responsáveis pela contínua redução das restingas são a expansão imobiliária, incluindo a grilagem de terras, a deposição de lixo sobre a vegetação e a remoção clandestina de areia. Além destes, segundo os autores, há várias outras atividades antrópicas mais freqüentes que causam degradação nos habitats de restinga, entre as quais se encontram a remoção da vegetação para a construção de estradas costeiras, destruição da vegetação pelo pisoteamento para acesso à praia e remoção de vegetação para estabelecer culturas (Rocha et al., 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo considerada "Deficiente de Dados" (DD).

4.4.1 Identification of new protected areas
Situação: needed
Observações: A espécie possui registros dentro dos limites dos Corredores de Biodiversidade, Central e Serra do Mar da Mata Atlântica (Martinelli et al., 2008).

4.4.3 Management
Situação: on going
Observações: A espécie possui registros dentro dos limites do Parque Nacional Restinga de Jurubatiba, APA Massambaba, APA Pau Brasil, ARIE Itapebussus, Parque Natural Municipal da Prainha, Reserva Biológica de Comboios, Parque Estadual Serra da Tiririca, entre outras ao longo de sua área de distribuição (Araujo et al., 2009; CNCFlora, 2011).

3 Research actions
Situação: on going
Observações: A espécie é amplamente cultivada com estudos sobre o desenvolvimento de mudas e a preferência por substrato desenvolvidos (Ferreira et al., 2005).

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- FORZZA, R.C. ET AL. Bromeliaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000066>.

- LEME, E.M. Comunicação do especialista Elton M. Leme, especialista na família Bromeliaceae, para o analista de dados Eduardo Fernandez, Pesquisador do CNCFlora.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Neoregelia cruenta in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Neoregelia cruenta>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 31/01/2012 - 16:12:47